Aproveitando a estreia de X-Men – Primeira Classe, o quinto filme da franquia dos heróis mutantes da Marvel Comics, capitaneados pela produtora 20th Century Fox, trazemos uma breve história dos X-Men nos quadrinhos para aqueles que não conhecem a equipe em profundidade poderem saber um pouco mais como o grupo evoluiu em sua cronologia; e para aqueles que conhecem relembrarem seus melhores momentos.
Direitos Civis
Os anos 1960, nos Estados Unidos, foram marcados pela emergência dos movimentos pelos direitos civis. Os afrodescendentes sofriam uma situação social de marginalidade que era instituicionalizada e gerou uma reação ainda na década anterior. Ao confrontar a sociedade “padrão” dos brancos, os negros sofreram grande resistência e reagiram. Para se ter uma ideia, o ambiente dos EUA na passagem da década de 1950 para a seguinte não era tão diferente do Aparthaid da África do Sul nos anos 1980, por exemplo. Nos EUA, os negros do Sul não podiam sentar nos assentos dos ônibus ou, se pudessem, tinham que ceder lugar para um branco caso ele estivesse em pé. As escolas eram segregadas e os espaços públicos também.

Antes disso, porém, esse conflito de ideias influenciou os quadrinistas Stan Lee e Jack Kirby a escreverem sobre isso. Ambos vinham de famílias judias e entendiam de segregação. Como o tema era muito inflamado e os quadrinhos sofriam rigorosa fiscalização moral, a dupla criadora do Universo Marvel decidiu disfarçar um pouco a questão e criou o conceito de mutantes: seres humanos que nascem com habilidades especiais (superpoderes) que os diferem dos outros, normais. Isso leva a um ambiente de segregação e perseguição por parte da sociedade, nascendo a famosa frase de Lee: “heróis que são odiados pela humanidade que juraram defender”.

Lee e Kirby dlinearam esse contexto complexo e de fundo político desde o primeiro número de The Uncanny X-Men 01, lançada em setembro de 1963.
Os Patinhos Feios da Marvel
Como se incorporassem o conceito no qual estavam inseridos, a revista dos X-Men nunca “decolou”, nunca fez sucesso como suas irmãs que traziam o Quarteto Fantástico, Homem-Aranha, os Vingadores, Homem de Ferro, Hulk, Thor etc., também produzidas por Lee, Kirby e outros colaboradores. Apesar disso, Lee – que também era o Editor-Chefe da Marvel – insistiu o máximo que pôde para que a revista ganhasse mais leitores, produzindo histórias muito interessantes.
Os primeiros números de Uncanny X-Men traziam justamente confrontos dos X-Men com a Irmandade de Mutantes de Magneto, procurando delinear bem as personalidades de cada um de seus membros e os ideias que perseguiam.

Lee e Kirby definiram que Xavier era não somente um telepata, mas “a mente mais poderosa do planeta” e financiava os X-Men com sua fortuna, transformando sua mansão na Escola para Jovens Superdotados do Professor Charles Xavier, uma fachada para treinar mutantes no uso pacífico de seus poderes. Além disso, havia certo drama nele pelo fato de uma mente tão poderosa ser confinada em um corpo paralítico, de modo que usava uma cadeira de rodas. Sua calvice total lhe dava uma imagem idosa, mas os autores terminaram mostrando que ele era mais jovem do que aparentava e que a ausência de cabelos era consequência de seus vastos poderes telepáticos, de modo que era calvo desde a adolescência. Como a equipe era adolescente e Xavier um “adulto”, seu papel era paternal com todas as vantagens e desvantagens inclusas: podia ser chato e controlador muitas vezes.
Já a Irmandade de Mutantes era formada por Magneto (seu nome Erik Lehnsherr só seria revelado décadas depois), dotado de poderosos poderes magnéticos que o permitiam manipular qualquer substância metálica; os outros membros eram mais voláteis: o velocista Mércurio (Pietro Maximoff) e sua irmã Feiticeira Escarlate (Wanda Maximoff), capaz de manipular a realidade, eram mantidos na equipe quase como refens, porque Magneto havia lhes salvado a vida e não concordavam inteiramente com os métodos do vilão. Pouco depois, eles trairiam a confiança do líder e fugiriam; terminando se regenerando e entrando para equipe de heróis Os Vingadores. Eles não sabiam, mas Magneto era seu pai, o que só seria revelado muito tempo depois.

As tramas de Lee e Kirby investiam ainda na caracterização adolescente de seus protagonistas e seus problemas. Drake sofria por ser o caçula, “quase uma criança”, McCoy sofria por sua aparência; Worthington era arrogante e autoconfiante, “dando em cima” sem piedade da colega Jean Grey, que por sua vez, era apaixonada por Scott Summers que, entretanto, era muito tímido para declarar-se a ela. O líder, além da pressão de comandar os companheiros, também tinha que viver cercado de cuidados, porque suas rajadas ópticas eram incontroláveis, o que lhe obrigava a usar um óculos com lentes de quartzo de rubi vermelho que era a única substância conhecida capaz de contê-las. A vigilância tinha que ser constante, pois um simples tropeço que fizesse seus óculos caírem podiam causar uma tragédia ou matar alguém.
Os inimigos também eram constantes, como o teleportador Vanisher e o alienígena Lúcifer (responsável por deixar Xavier paralítico), o Conde Nefária e muitos outros.

Em seguida, enquanto a equipe ainda se recupera desses fatos, o cientista (ele é citado, também, como antropólogo) Bolivar Trask prevê um futuro em que a humanidade será escravizada pelos mutantes e cria uma celeuma e uma onda antimutante. [Só um parentese: décadas mais tarde, o escritor Kurt Busiek e o desenhista-pintor Alex Ross exploraram de modo brilhante os bastidores desta história no terceiro capítulo da minissérie Marvels, uma homenagem aos "anos clássicos" da editora]. Para proteger a humanidade, Trask cria uma série de robôs gigantes chamados Sentinelas, encarregados de caçar a aprisionar mutantes, no arco iniciado em Uncanny X-Men 14.

Stan Lee continuou a escrever as histórias por pouco tempo e as repassou ao seu sucessor: o escritor Roy Thomas, que seria um dos maiores criadores da Marvel nos anos seguintes (e Editor-Chefe entre 1972 e 1974), mas inicialmente (como ele próprio afirmou em entrevistas) não entendeu o potencial dos X-Men, de modo que sua primeira passagem na equipe não foi nada marcante.

Além de Werner e Steranko, a revista também foi desenhada por Barry Windsor-Smith, que pouco depois faria sucesso desenhando o Conan.
Uma Pequena Fase Áurea

A fase de Thomas e Adams é uma das melhores dos X-Men e mostra a equipe ganhando dois novos membros: Alex Summers, o irmão caçula de Scott, se torna o Destrutor e Lorna Dane, a Polaris, que também tem poderes magnéticos e pensa ser filha de Magneto (mas não é). Em uma sequência ininterrupta de ação, os mutantes enfrentam novos vilões como o Monolito Vivo, o sugador de energia vital Sauron, os Metamorfos da Terra Selvagem e seu líder, um novo opositor bastante poderoso que descobrem ser o velho Magneto de sempre. Coube a Adams criar o rosto do vilão que até então não havia sido mostrado.

Heróis sem Revista
Na verdade, a revista Uncanny X-Men continuou sendo publicada, só que trazendo apenas republicações de histórias antigas, no longo período de 1970 a 1974. Enquanto isso, os X-Men continuavam a aparecer casualmente em outras revistas da Marvel, particularmente em Marvel Team Up em pequenas aventuras ao lado do Homem-Aranha. Magneto também continuou aparecendo, particularmente como vilão dos Vingadores e, em uma determinada história, foi revertido à idade de uma criança, como maneira de contê-lo.
O Fera também sofreu uma modificação em um pequeno arco de histórias solo publicadas em Marvel Saga, na qual se afasta da equipe para trabalhar na Corporação Brand e, ao testar um soro, termina assumindo uma aparência ainda mais animalesca, com pêlos azuis. Pouco depois, ele ingressou nos Vingadores.

Em 1972, Stan Lee foi promovido a Publisher da Marvel e o cargo de Editor-Chefe foi ocupado por Roy Thomas. O escritor acreditava no potencial dos mutantes e começou a planejar um retorno triunfal da equipe. Sua ideia era tornar os X-Men uma equipe internacional, reunindo mutantes de várias nacionalidades, como um modo, inclusive, de aumentar seu potencial de vendas nos Estados Unidos (pelo exotismo) e no exterior (pela identificação).
Para a terefa de desenvolver o projeto, Thomas escalou Len Wein, que escrevia as histórias do Hulk na época. O primeiro personagem criado por Wein para a empreitada seria o primeiro super-herói canadense, país onde os quadrinhos da Marvel faziam muito sucesso. O escritor concebeu a personagem e o Diretor de Arte da Marvel, John Romita, criou o visual do novo herói: Wolverine. Wein decidiu testar o potencial de sua criação e antecipou sua estreia: ele combate o Hulk em The Incredible Hulk 180, 181 e 182, de 1974.
Com o bom resultado, Thomas e Wein contrataram o desenhista Dave Crockum para criar o restante da equipe. Além da arte sólida, Crockum tinha uma habilidade quase sobrenatural para criar uniformes, o que havia sido testado e aprovado na revista da Legião dos Super-Heróis, da DC, que possui literalmente dezenas de membros.
Quem atende ao pedido são os já conhecidos Banshee (Sean Cassady, irlandês), Solaris (japonês) e Wolverine (canadense); e os totalmente novos: Tempestade (Ororo Moroe, queniana), Colossus (Piort Rasputin, russo), Noturno (Curt Wagner, alemão) e Pássaro Trovejante (indígena norteamericano).
O sucesso da empreitada resultou na volta da revista Uncanny X-Men, retomando a numeração original a partir da edição 94. Porém, no meio do caminho, Roy Thomas deixou de ser o Editor-Chefe da Marvel para se dedicar apenas à escrita e o cargo foi ocupado justamente por Len Wein. Sem tempo, Wein apenas delineou as novas edições Uncanny X-Men 94 a 96, enquanto o texto final coube ao novato Chris Claremont. Crockum permanceu na arte.
Claremont e Crockum

Ciclope, Tempestade, Wolverine, Colossus, Noturno e Banshee seguem como os Novos X-Men, agora, uma equipe mais velha, experiente, mas também, com muito mais ego do que os originais. Ciclope precisa se impor aos novatos para mostrar que é a melhor liderança, o que leva a confrontos constantes com Wolverine. Tempestade, Colossus e Noturno forjam uma grande amizade e quase um triângulo amoroso, mas a queniana parece meio fria. E Banshee se sente isolado por ser o membro mais velho.
Claremont e Crockum também diminuem a participação e influência de Xavier, inventando diversas desculpas para mantê-lo afastado dos demais. Além do Conde Nefária, os Novos X-Men combatem Eric Escarlate, a dupla Fanático e Black Tom Cassady, mas seu maior desafio, mesmo, é uma nova frota de Sentinelas criadas pelo cientista Stephen Lang.

Jean continua afastada da equipe, tentando entender seus novos poderes, mas quando os alienígenas Sh’iar sequestram o Professor X, ela se junta a equipe para combatê-los. Os Sh’iar estão em meio a uma guerra civil e a imperatrix Lilandra solicita ajuda de Xavier. O grupo combate a poderosa Guarda Imperial Sh’iar com os poderes da Fênix, que também salva o universo.
A Melhor Fase de Todas: Claremont e Byrne
Quando Crockum decidiu sair da revista, em 1977, seu substituto óbvio seria John Byrne. O canadense já havia trabalhado várias vezes com Claremont, em revistas como Marvel Team Up (com o Homem-Aranha) e Iron Fist (o Punho de Ferro). Byrne veio e trouxe uma série de mudanças. Em primeiro lugar, ele também era escritor e passou a dividir os créditos com Claremont. Em segundo, como era canadense, coube a Byrne redirecionar o papel de Wolverine dentro da equipe.
Sintomaticamente, a primeira história de John Byrne como desenhista e corroteirista, em Uncanny X-Men 108, foi justamente um conto quase solo de Wolverine, na qual para relaxar depois da aventura cósmica dos X-Men, ele resolve caçar (mas sem matar a presa, como ele deixa bem claro) nas proximidades da Mansão X e é atacado por alguém chamado Vindix, outro super-herói canadense que quer levá-lo de volta ao país natal, onde teria compromissos com o Governo por ter sido um agente secreto.
Claremont e Byrne continuaram explorando Wolverine, agora em primeiro plano, colocando-o em constante confronto com o líder Ciclope, embora este sempre se saísse melhor, é verdade. Em paralelo, a dupla também começou a delinear as consequências de Jean Grey ter se tornado a Fênix.
A Saga da Fênix Negra
O passo seguinte foi Claremont e Byrne iniciarem a Saga da Fênix Negra, um longo arco de histórias centrado na escalada de poder de Jean Grey que vai fazê-la cada vez mais perder o controle e se tornar alguém maligna. Enquanto sofre pela ausência de Scott, Jean começa a ter estranhas visões dela mesma no século XVIII, vivendo uma história de amor com o Lorde Jason Wyngard, achando que isso era algo relacionado aos novos poderes da Fênix, como talvez lembranças de uma vida passada.



Claremont e Byrne também produziram o mais clássico confronto dos X-Men contra Magneto. Nem o poder da Fênix foi páreo para o vilão.
Os X-Men são abduzidos pelo Império Sh’iar que estão determinados a matar a Fênix Negra, pois ela se revelou uma ameaça ainda maior do que Galactus, o devorador de planetas. Os X-Men enfrentam a Guarda Imperial na Área Azul da Lua, mas Jean Grey termina cometendo suicídio com um raio desintegrador, pois não consegue mais controlar a persona da Fênix.
Dias de Um Futuro Esquecido e o Fim da Parceria Claremont-Byrne
As discordâncias sobre o que fazer com a Fênix criaram uma cisão entre Claremont e Byrne. Desse modo, os dois começaram a colaborar cada vez menos e terem muitas brigas e discussões. Ainda assim, conseguiram criar um último clássico dos X-Men, o arco de duas histórias Dias de um Futuro Esquecido.

Wolverine adota um novo uniforme, mais sóbrio,com variações de marrom, criado por John Byrne.

Entre os poucos sobreviventes, estão versões velhas de Wolverine, Tempestade e Colossus, que agem em conjunto com Kitty Pride, Franklin Richards (o filho de Reed Richards e Susan Storm) e sua namorada Rachel. O grupo organiza um ataque ao comando central dos Sentinelas, mas Wolverine e Tempestade são mortos. Como medida desesperada de reverter o quadro, colocam em prática um arriscado plano em que Rachel irá usar seus vastos poderes telepáticos e combiná-los aos poderes de Franklin para enviar a consciência de Kitty Pride a sua contraparte jovem nos dias atuais. Eles escolhem como ponto exato o momento que identificam como aquele que causou a onda de eventos que levou ao mundo em que vivem: o assassinato do Senador Robert Kelly pela nova Irmandade de Mutantes.
Por muito pouco, os X-Men conseguem salvar a vida do Senador Kelly, mesmo ele sendo um ferreneo inimigo dos mutantes, pois propõe uma Lei de Registro de Mutantes no Congresso. Os mais atentos vão notar que parte dessa trama (sem os elementos da viagem no tempo) serviram justamente de base ao primeiro filme dos X-Men nos cinemas.
Contudo, Uncanny X-Men 141 foi a última história que Claremont e Byrne fizeram juntos nos X-Men. O pomo da discórdia foi um pequeno detalhe: ao discordarem da resolução de uma cena, Claremont mandou o arte-finalista Terry Austin apagar a arte original de Byrne e fazer um novo quadro com a cena tal qual imaginou. Ao ver o resultado, o canadense resolveu abandonar o título.
Outro detalhe: a trama de Dias de um Futuro Esquecido é muito similar a do filme O Exterminador do Futuro de James Cameron. Mas a revista é de 1981 e o filme foi lançado em 1984. Cameron também é um conhecido fã de quadrinhos que, durante anos, tentou levar uma versão do Homem-Aranha aos cinemas.
Wolverine solo, Ninhada, o Passado de Ciclope e Dois Casamentos
Enquanto o título dos X-Men seguia, Chris Claremont teve a ideia de fazer uma minissérie solo de Wolverine, aproveitando o aumento na popularidade da personagem. Assim, em 1982, foi lançada Wolverine, com textos de Claremont e desenhos de Frank Miller, a nova estrela da Marvel que havia feito imenso sucesso na revista do Demolidor. Na trama, que ficou conhecida como A Saga do Japão ou Dívida de Honra, Wolverine vai ao Japão atrás de sua amada Mariko Yashida, mas descobre que ela é filha de Lorde Sigen, o maior gangster do país, líder do Tentáculo e dono de um império de crimes. Por ser ocidental, Logan precisa mostrar que é digno de desposar mulher tão ilustre, mas é vergonhosamente derrotado por Sigen em um combate não-letal. Assim, o mutante precisa se recuperar e provar sua honra. na batalha que se segue, Shigen é morto, mas isso torna Mariko sua herdeira no mundo do crime, o que impede o casal de ficar junto, pois ela tem suas responsabilidades para com o império do pai.

Duas consequências saíram dessa série de histórias: infectado pela Ninhada, Charles Xavier tem seu corpo clonado pelos Sh’iar, a pedido de Lilandra. O corpo clonado, claro, não tem o trauma físico das costas, além de ser mais jovem, de modo que o Professor X volta a andar. A outra é que os X-Men descobrem que o líder dos Piratas Siderais, um grupo de guerrilheiros galáticos que combatiam os Sh’iar quando estes eram comandados pelo irmão maligno de Lilandra, é um terráqueo e que se chama Christopher Summers, o pai de Scott Summers, o Ciclope, que pensava que ele estava morto. O ex-líder da equipe ensaia uma reaproximação com o grupo, participando de algumas aventuras.
Paralelamente, Logan e Mariko acertam suas diferenças e os X-Men são convidados a ir ao Japão para o casamento deles. Algumas mudanças estão em curso, como a entrada de Vampira no grupo: ela é uma ex-membro da Irmandade de Mutantes e filha adotiva de Mística, mas se arrependeu de seus crimes. Logan, contudo, não a aceita porque o ataque de Vampira aos Vingadores eliminou os poderes da Miss Marvel (Carol Danvers), uma amiga de Wolverine.
No Japão, Logan é obrigado a atuar junto a Vampira quando os X-Men se vêem em um ataque da Madame Hidra e do ninja-mutante Samurai de Prata, que por sinal é parente de Mariko. Ao mesmo tempo, Tempestade conhece a amiga de Wolverine chamada Yuriko, uma mercenária meio irresponsável e a amizade das duas tem fortes influências em Ororo, que muda de atitude e visual, passando a usar um corte de cabelo moicano. Em meio à batalha, Tempestade ainda vê o pássaro de fogo da Fênix e se questiona de onde veio e por quê.
Mesmo assim, o vilão consegue manipular Mariko para que ela não aceite se casar com Wolverine e a cerimônia não ocorre.
Essas histórias, escritas por Claremont, desenhadas por Paul Smith e com o último capítulo marcando a entrada de John Romita Jr. na revista se transformaram em um grande sucesso e são uma das melhores da equipe mutante até hoje. Já o novo desenhista é filho do lendário Diretor de Arte da Marvel e vinha fazendo bastante sucesso nas histórias do Homem de Ferro. Sua passagem pelos X-Men foi marcante, porque impriu à equipe seu traço vigoroso.
Nas histórias que se seguiram, resolvida questão da “Fênix”, Scott e Madelyne se casam e ela engravida. Os X-Men participam das Guerras Secretas (primeiro megaevento da Marvel, reunindo os seus principais personagens em uma grande batalha), na qual surgiu uma cisão entre as lideranças do Professor X, de Ciclope e de Tempestade; e também o fim do namoro de Colossus e Ninfa (Kitty Pryde).
Ao mesmo tempo, a telepata do futuro que apareceu em Dias de um Furuto Esquecido chega ao nosso tempo e se revela ser Rachel Summers, filha de Scott com Jean Grey, mas como esta estava morta há muito tempo, só podia significar que ela vinha de um futuro alternativo. Atormentada por ter sido orbigada a ser uma caçadora de mutantes em seu tempo, Rachel espera se redimir agora, usando seus vastos poderes. Mas ela e a equipe decidem esconder sua identidade de Scott, o que aumenta o abismo entre o ex-líder e os X-Men. Nessa época, Madelyne dá a luz ao filho de Scott, que se chama Nathan Christopher Summers.
Enquanto combatem os Espectros, ameaças alienígenas, os X-Men conhecem Forge, um mutante que é capaz de criar qualquer tipo de arma ou equipamento. Ele e Tempestade começam um flerte, mas a arma que ele projetou para enfrentar os inimigos termina atingindo Ororo, que perde seus poderes.
Sem Ciclope, os X-Men agora atuam apenas com Tempestade, Wolverine, Noturno, Colossus, Ninfa, Fênix II e Vampira. Entre as ameaças que enfrentam está uma invasão dos deuses nórdicos à Terra, a nova estruturação do Clube do Inferno, a Irmandade de Mutantes de Mística agora transformada em uma equipe governamental chamada Força Federal e Nimrod, um super-Sentinela vindo do mesmo futuro que Rachel Summers. Além disso, os X-Men encontram os Morlocks, uma numerosa comunidade de mutantes deformados ou de aparência não-padrão que vivem secretamente numa complexa rede de túneis subterrâneos, embaixo de Nova York. Após um confronto com a líder deles, Calipso, Tempestade se transforma na chefe deles.
Além disso, Magneto se vê num caminho de arrempedimento de seus atos e é preso e julgado num Tribunal Internacional, mas o julgamento não termina após o ataque de um grupo terrorista. Desse modo, Charles Xavier acolhe o velho amigo e o convence a ajudá-lo com os X-Men. De forma inesperada, Magneto vira um poderoso aliado da equipe e quando Xavier decide partir para o espaço a ajudar Lilandra e os Sh’iar em uma série de problemas, Magneto fica em seu lugar.
O próximo arco de histórias dos X-Men mudaria por completo seu destino e o próprio estilo de se contar as histórias.
Não perca a continuação deste post em breve!
FONTE: HQ Rock
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